Entrevista com Maurício Soares da Sony Music

Maurício Soares da Sony Music e Ricardo Costa - Agente Gospel. ( Foto: Arquivo)
Maurício Soares da Sony Music e Ricardo Costa – Agente Gospel. ( Foto: Arquivo)

Ele já passou por diversas gravadoras evangélicas, trabalhou com diversos artistas e conhece muito da área da música. Hoje, sua atuação é como Diretor do Núcleo de Música Gospel da Sony Music e falou um pouco sobre seu trabalho na área da divulgação dos artistas. Fruto de um trabalho acadêmico de pós graduação, acompanhe a entrevista com Maurício Soares!

AG – Qual o principal motivo na sua opinião que fez com que as grandes gravadoras seculares abrissem espaço para a música evangélica?

A música religiosa se destaca entre os estilos mais importantes no mercado nacional já faz mais de 10 anos. De acordo com a ABPD é o segundo gênero mais importante em vendas no país nos últimos anos. Especialmente a música gospel vem mostrando sua força com inúmeros resultados muito expressivos e isso, obviamente chamou a atenção das grandes gravadoras. Em 2010, a Sony Music no Brasil deu início ao projeto de música gospel, uma iniciativa pioneira em toda a companhia no mundo. O projeto que tinha 5 anos para zerar os investimentos iniciais, em pouco mais de 2 anos superou as metas e em 2013, por exemplo, correspondeu a 20% do lucro líquido da companhia no Brasil.

AG – Você concorda com a afirmação que as bandas e cantores gospel “salvam” as vendas de produtos físicos do mercado fonográfico ?

Não salvam, mas são importantes na manutenção dos resultados do mercado físico. Os números do mercado gospel são consistentes, mas ainda representam uma parcela menor no montante do mercado fonográfico nacional. Na época da pirataria, o mercado secular sofreu drasticamente com as consequências na queda das vendas. No meio gospel, a pirataria era menor e não representava 10 a 15% de perdas. Ou seja, o mercado físico gospel é mais consistente, mais linear, no entanto, já percebemos o crescimento das vendas digitais e nos próximos anos as vendas também migrarão para este novo formato.

AG – Você foi um dos pioneiros a trabalhar o marketing digital com mais intensidade, transformando contratações de artistas em grandes “eventos online”. Como surgiu essa ideia e qual a importância da interação com o público nas redes sociais?

Temos que estar antenados, observando tendências e seguindo com as demandas que o mercado nos indica. Sempre fui muito ligado nestas novidades, nestas tendências. Nunca curti muito ser um executivo de escritório e quando não podia estar in loco, procurava me informar sobre artistas, nomes e estilos pela web. A internet é uma ferramenta fantástica para aproximar pessoas e também para que possamos nos inteirar sobre as novidades. Temos alguns artistas em nosso cast que foram ‘descobertos’ pela web, por vídeos, eventos ou mesmo indicações de pessoas. Hoje em dia, na contratação de um artista sempre procuramos pesquisar sua presença e relevância na web. Isso é um sintoma muito importante sobre a aderência do artista no meio.


AG – você acha que o artista evangélico sabe trabalhar na mídia social ou a divulgação digital não é levado a sério pela maioria?

Estão aprendendo ainda, mas já vemos alguns casos bem sólidos de artistas que passaram a cuidar de seu marketing digital com devida importância que merece. Já observamos o surgimento de empresas e assessorias de marketing digital atuando no meio e isso é uma prova de que os artistas estão buscando maior e melhores resultados. Felizmente temos muitos artistas que já se aperceberam que marketing digital é muito mais do postar fotos ou posts em suas redes sociais.

Por: Ricardo Costa – Agente Gospel